Por: Rodrigo Rodrigues, Jornal Brasil Atual
Publicado em 03/06/2009, 12:50
Última atualização em 12:50
A madrugada de segunda para terça-feira foi a mais fria do ano na capital paulista. Os termômetros em São Paulo chegaram a oito vírgula dois graus na média e atingiram quatro graus em regiões mais distantes da cidade, como Parelheiros. Os mais prejudicados pela onda de frio foram os moradores de rua.
As entidades que ajudam os desabrigados denunciam que as peruas do CAPE, serviço da prefeitura que recolhe os moradores da rua nos dias mais frios, não estão funcionando. "Não tem vagas para todos, tem diversas pessoas dormindo do lado de fora dos albergues, dos que fecharam e dos que estão funcionando também", conta o coordenador do Movimento Estadual de Moradores de Rua de São Paulo, Sebastião Nicomedes.
Nicomedes saiu às ruas da cidade na madrugada desta quarta-feira (3) e encontrou uma situação desoladora, com pessoas sem cobertures, calçados nem roupas adequadas. Para se aquecer, grupos de moradores se juntavam em volta de fogueiras, correndo riscos de se queimar. "Mas eles não têm outra alternativa, sobrou o que para eles: fogo e cachaça", indigna-se.
Segundo Sebastião Nicomedes, faltam albergues emergenciais no Centro de São Paulo para atender a população de rua. Nos últimos dois meses a prefeitura fechou dois albergues na região, extinguindo quase 2 mil vagas. Ele sustenta que a administração municipal teve tempo de fazer contatos emergências para atender os desabrigados, mas não o fez.
"Desde o começo do ano, viemos nos preparando, falando sobre o frio, fomos até a secretaria que nos posicionou que as frentes frias iria começar em maio e iria até 31 de outubro", relembra Nicomedes "Aí chegou o frio, com a intensidade que já era esperada, e não houve nenhuma medida emergencial para as baixas temperaturas como estava combinado", lamenta.
Em nota, a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da prefeitura diz que já iniciou a operação “Baixas Temperaturas”, que na última noite recolheu mais de duzentos desabrigados da rua.
Entretanto, a Pastoral dos Moradores de Rua estima que o Centro tenha pelo menos cinco mil desabrigados. A administração Kassab afirma que 1.500 novas vagas serão abertas. Falta a prefeitura saber que, em tempos de frio, quem mora na rua tem pressa.
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