Veia e Ventania na Alceu, outubro!

Arte-Cartaz: Victor Meira

Tinta Fresca - 26/09

A tinta é tão fresca que não dá pra saber de que cor vai ficar. Depende de quem pinta na roda. E como uma boa brincadeira, a gente deixa rolar, fazer curva, procurar a melhor maneira de ser, e mais que ser: estar. Estar com os outros. Conhecer seus trabalhos, firmar parcerias. Ouvir e dizer, com respeito, coragem. Com toque e com tato. Livre como os textos, de que outra maneira poderia ser? Desviar é um caminho. Abrir a roda é a direção. A intenção. Com espaço pra pensar e tempo pra rir. E se escrever costuma ser atividade solitária, reler em voz alta (acredito mais a cada encontro) carece da sorte de ouvidos amigos.

Texto: Juliana Bernardo

Poema Coletivo:

Ela diz ser interessante brincar
com a paciência das pessoas
e prepara um café atrapalhado
misturando sexo e horóscopo.
Astros conspiram
na quinta casa de algum planeta
que surge invariavelmente
nos contos de um poeta desempregado.
Até virarmos só bichos
onze mil, quatrocentos e trinta e sete dias.
Tinta Fresca para a caixola, o que seria?
Um poema umedecido ou outro problema
talvez indecifrável ou simplesmente
solução subjetiva.
Que horas são?
São tantas informações
pra pouco tempo de uso.
Versa e vice
campeão ou perdedor
entre o sim e o não
ainda é só poesia, mas tem Proença.
Tomava banho de balde
mas não dirigia por prudência,
dirigia pelo fato de termos todos
que chegar ao fim.

Fotos: Carol Araujo