Monday, September 14, 2009

Editorial Revista Não Funciona N°19

Para se fazer um editorial basta começar com a seqüência do teclado asdfghjklç, qwertyuiop, zxcvbnm, e intercalar os dedos escrevendo simultaneamente inúmeras palavras, formando um texto corrido, em prosa, sem pestanejar, ainda mais quando se tratar do editorial de uma revista de literatura e arte. É preciso se propôr a escrever para romper as regras, tipo dadá, abc, 123, hiiiiiii, plaft, plaft, o editorial pela qual se ergue a nossa vã e vasta literatura - de banheiro. Já não sabemos quem são os os seres iluminados que nos orientam a entrar em páginas e sair com conteúdos e dilemas sobre a existência e as experiências da vida.

Dando um passo a mais, a Não Funciona, registra esses nomes que dão a cara a tapa, para que a literatura saia dos círculos viciosos e encontre leitores, esses, indiferentes não por acaso, pois são os últimos a receber a sua parte da herança deixada por outras gerações de escritores. Uma porque o livro é caro e outra porque o contemporâneo é muito mais interessante do que o passado, nos dando base para a construção de uma nova possibilidade com a tal arte da escrita.

Não estamos aqui para mudar ou realizar algo em prol do sucesso de um ou outro autor, tampouco do nosso como editores, estamos sim, buscando reunir em páginas recicladas, idéias recicladas, automáticamente atualizadas, como páginas da internet. Porém, o fazemos de quando em quando, pois o material que nos cabe reunir aqui, são de autores, artistas e personas que exercitam em seu dia-a-dia o ofício do arteiro, buscando em verso, prosa, traços e flashes, retratar o cotidiano. Almas cheias de essência, para trocar e cuja a sensibilidade nos atrai, não porque são semi-deuses, mas porque são artistas com perspectivas de se realizarem ainda em vida, tendo suas obras veiculadas e registradas não pelo olho do crítico de arte, mas pelo olho do público, que necessita da arte para fugir da rotina e do condicionamento que nos punge à sociedade tecnocrata.

Em todo caso, nesta edição, mais uma vez tentamos fazer valer os traços de nosso tempo, se fosse de outra forma, não funcionaria.

A redação.

Setembro de 2009.

2 comments:

um cara legal... said...

quero comprar!

henrique pontes said...

boto a maior fé no trabalho de vocês. um grupo ativo, aparecendo em todo o canto, mostrando seu trabalho. Ainda guardo, é bem verdade, alguma reserva quanto ao rigor de vocês quanto ao que colocam na revista. Encontrei coisas realmente dignas de nota, poetas marginais e geniais, mas tem-se que,ao mesmo tempo, tomar cuidado para não extrapolar na marginalidade e rebaixar a literatura. nem tudo que se escreve, infelizmente, é literatura.Quanto a esta conversa de que o contemporaneo é melhor que e passado, isso é relativo. acho que ambas as coisas devem ser veneradas, e temos que aprender com ambas. Se simplesmente deixarmos a literatura que recebemos como herança abandonada, então seremos órfãos, sem conhecimento suficiente para sair desta condição de falta de rumo na qual nos encontramos. Agente também tem de baixar a cabeça para os mais velhos, enquanto levanta o olhar para o futuro.

Meus sinceros votos de mais conquista para a poesia maloqueirista!
Henrique Rishi