Sunday, April 30, 2006

Maloqueirista

Não há nada de novo, o que há, é a acomodação simbólica de todas as classes artísticas, tanto da música, das artes plástica, da poesia, da literatura, etc. O artista está em decomposição junto com a massa.
Diferente do que a história mostra o que há hoje é a desconjunção dos artistas e a desordem ao traduzir uma forma contemporânea de realizações.
Não há um espírito de construção, uma vontade de mostrar o novo, mas sim um aglomerado de técnicas e manifestações deixadas como heranças de outras épocas onde os artistas deixaram obras- primas como testemunho.
O que quero dizer é que não há necessidade de sistemas estéticos para os criadores hoje em dia.
A urbanização junto com o meio de comunicação é a desordem posta ao homem que desordenado absorve conhecimentos diversos para suas representações. As obras de arte hoje, são criadas em um sistema estético mais ou menos consciente.
As influências levam o artista a construir o que lhe apetece com uma certa forma em um determinado momento, traduzindo as heranças deixadas nas obras dos artistas de outros períodos.
Se penso nesta trajetória que se toma no meio artístico hoje em dia, creio que caberia as seguintes formas para tornar mais plausível a forma de se construir o novo no contemporâneo:
Analisar o maior número possível das heranças deixadas por artistas nas obras concebidas e torná-las comestível à massa artística;
Fazer com que os traços novos alcançados pelo artista sejam compreendidos e explorados como novo;
Enfim, fazer com que as heranças sejam aplicadas como objeto de estudo para que a estética vista da obra obtenha o resultado do novo.
O C.A.I-MAL faz com que a aproximação desses novos artistas seja o meio de se ver as novas formas alcançadas na arte contemporânea.

Berimba de Jesus

2 comments:

efvilha said...

Olá!
Concordo com você!
Os últimos dez anos nos engolfaram numa explosão de desenvolvimento das diversas tecnologias, e a maioria ainda fica excluída. Nossas escolas desde o primário até as faculdades, parecem que estão paradas no tempo. Ou, melhor dizendo. As crianças, adolescentes e jovens de hoje, quando podem, parecem que estão numa rota embarcados em aviões supersônicos. E nossas escolas, para não dizer que estão paradas, voam na mesma rota, mas em aviões teco-teco de fuselagem de lona.
Gostei de ler tuas opiniões. Ainda bem que temos este espaço no qual a gente pode se manifestar e dizer o que pensa.
Legal! Vá em frente!
Saudações!
http://sonetosesonatas.blogspot.com
Evaristo

Priscila Andrade Cattoni said...

Oi, concordo com os dois. Principalmente, Evaristo, quando você fala das escolas. Fui visitar outro dia o Cap-UFRJ e foi triste ver que os excelentes professores que se aposentaram - ou morreram - desde que saí, foram substituídos por profissionais (? será que essa palavra se aplica?) despreparados. Erros de português eram comuns e a supressão da concordância era erro: "a gente vamo", "compramo dois quadro-negro" e por aí vai.

Mas tem uma outra questão mais inquietante para mim. As artes, em especial a cena poética, foram invadidas por um monte de curiosos. O que me incomoda não sou os curiosos-ponto. Mas os curiosos que conseguem patrocínio e não repassam nada para os poetas, os curiosos que vendem uma cultura de almanaque para os incautos e buscam espaço em colunas sociais... enfim, todo um povo que está literalmente prostituíndo a palavra e não está trazendo nada de novo, não está abrindo nenhum porta.
Uffa, falei!
Desculpem o tom veemente, mas isso me tira do sério.
Bom, vamos colocar essa assunto em pauta?

Beijos para todos.